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sábado, 31 de março de 2012

O ENSINO


A ESTRUTURA DO ENSINO DE ONTEM E A DE HOJE




Vejam só como a estrutura do ensino mudou e tem mudado; e de tal forma que eu estive pensando a respeito do ensino que eu obtive, comparado com o que é hoje; com a atual forma de ensino, inclusive acompanhando meus filhos nas suas escolas e fazendo as comparações da época atual, com a época em que eu iniciei os meus estudos, cheguei à seguinte conclusão:

Na minha época não existia Jardim de Infância, nem Maternal, nem Creche. As crianças começavam a estudar o ABC, a tabuada e a cartilha com uma vizinha que se prontificava a ministrar os primeiros ensinamentos às crianças na sua casa em troca de algum pagamento. Ainda existia a palmatória, o castigo, ficar de pé no canto da sala, a sabatina, etc. Quando a criança atingia a idade de entrar no colégio público, aos sete anos de idade, já estava sabendo o ABC, conta de somar e soletrar e escrever algumas palavras.

No colégio público tínhamos primeiro o curso primário que ia da 1ª serie até a 5ª série primária. Depois fazíamos o curso de admissão ao ginásio para depois prestar prova como se fosse um vestibular, para termos o direito de ingressar no curso ginasial. A diferença é que neste vestibular nós prestávamos apenas provas de matemática e português e para ser aprovado precisávamos tirar média cinco nas duas disciplinas. Este foi exatamente o caminho que eu trilhei para chegar ao ginásio.

Mas, voltando ao curso primário, naquele período nós tínhamos um ensinamento totalmente diferenciado daquele do ginásio e do curso clássico ou científico, que nos levaria à faculdade (somente alguns do meu nível ou da minha classe social chegariam lá). A professora lia histórias para os alunos, fazíamos ditados que depois de corrigidos éramos obrigados a copiar em papel separado dez ou mais vezes cada palavra que erramos com o fito de fixarmos aquela escrita e não cometemos mais aqueles erros; o aluno era obrigado a escrever; e escrevendo, quanto mais se escrevia mais se corrigia a caligrafia; tínhamos sabatina aos sábados (daí o nome sabatina) onde era cobrado o conhecimento das quatro operações da matemática. Quando um determinado aluno não respondia ou respondia errado tomava palmadas nas mãos. Então o aluno, pelo menos os mais responsáveis eram obrigados a estudar se não quisessem pagar mico. Existia a reprovação, o que eu não concordo muito, mas existia. Eu estou narrando os fatos de ontem em comparação aos de hoje a fim de refletirmos o que melhorou e o que piorou. O que evoluiu e o que regrediu

As salas de aula não eram tão abarrotadas de alunos. A população era muito menor, tanto que na 1ª escola primária onde estudei, Escola Princesa Isabel no bairro de Cidade Nova, ela consistia de apenas três salas de aula, duas maiores e uma menor, uma sala destinada à diretoria e a guarda de material e sanitários. A sala menor era destinada aos alunos da 5ª e última série do curso primário. Por que era a menor? A evasão escolar já era alta e apenas parte dos alunos que iniciaram o curso chegava a conclui-lo. Tínhamos, pela manhã aulas para as turmas da 1ª e 2ª séries e pela tarde aulas para as turmas das 3ª, 4ª e 5ª séries, isso visava a separar as crianças por faixa etária, ficando as crianças mais novas pela manhã e as mais velhas pela tarde.

Tínhamos fardamento e merenda escolar na escola primária, no ginásio e no curso científico ou clássico ou técnico. Quando ingressávamos na faculdade já não havia mais a necessidade de se usar fardamento. Isto já era a primeira modificação, de muitas que eu vou citar no decorrer da minha escrita, que causava algum impacto ao mudarmos de um nível para outro.

Existia, e ainda existe hoje com outra estrutura, as escolas industriais profissionalizantes do tipo: Escola Técnica Federal (hoje CEFET) e as Escolas Parque que preparavam alunos com ensino público e gratuito de boa qualidade, além da preparação dos alunos com uma profissão adequada ao grau de capacidade e aptidão para determinada profissão, com professores e mestres qualificados e a escola contendo todo o material necessário ao ensino de boa qualidade. Recebíamos alimentação, fardamento, material e merenda escolar, contávamos com uma biblioteca completa com todos os livros, mapas, espaço adequado para estudo, orientadora estudantil, tínhamos direito ao esporte e lazer e como era em tempo integral, tínhamos ensino pela manhã e aprendizado de uma profissão à tarde, para um grupo, e ensino pela tarde e aprendizado de uma profissão pela manhã para outro grupo, de acordo com a faixa etária, para não permitir o ajuntamento de crianças de faixa etária de 12 a 14 anos com adolescentes de 15 anos em diante. Como se tratava de um ensino profissionalizante, o tempo de serviço prestado como aluno aprendiz era contabilizado como tempo de serviço para fins de aposentadoria

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