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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

MANIFESTO DO CHEFE SEATTLE


MANIFESTO  DO  CHEFE  SEATTLE

Em 1855, o Presidente Ulysses Grant, dos Estados Unidos da América do Norte, propôs ao chefe índio Seattle a compra das terras comunais de sua nação.
Esta é a resposta do velho chefe ao Grande Chefe de Washington que remetemos à reflexão.


"Como podeis comprar ou vender o céu, a tepidez do chão? A ideia não tem sentido para nós.
Se não possuímos o frescor do ar ou o brilho da água, como podeis querer comprá-los?

Qualquer parte desta terra é sagrada para o meu povo. Qualquer folha de pinheiro, qualquer praia, a
neblina dos bosques sombrios, o brilhante e zumbidor inseto, tudo é sagrado na memória e na experiência de meu povo. A seiva que percorre o interior das árvores leva em si as memórias do homem vermelho.

Os mortos do homem branco esquecem a terra de seu nascimento, quando vão pervagar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta terra maravilhosa, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumosas são nossas irmãs; os gamos, os cavalos, a majestosa águia, todos nossos irmãos. Os picos rochosos, a fragrância dos bosques, a energia vital do pônei e o homem, tudo pertence a uma só família.

Assim, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossas terras, ele está pedindo muito de nós. O Grande Chefe manda dizer que nos reservará um sítio onde possamos viver confortavelmente por nós mesmos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Se é assim, vamos considerar a sua proposta sobre a compra de nossa terra. Mas tal compra não será fácil, já que esta terra é sagrada para nós.

A límpida água que percorre os regatos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos ancestrais. Se vos vendermos a terra, tereis de lembrar a vossos filhos que ela é sagrada, e que qualquer reflexo espectral sobre a superfície dos lagos evoca eventos e fases da vida de meu povo.  O marulhar das águas é a voz dos nossos ancestrais.

Os rios são nossos irmãos, eles nos saciam a sede. Levam as nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se vendermos nossa terra a vós, deveis vos lembrar e ensinar a vossas crianças que os rios são nossos irmãos, vossos irmãos também, e deveis a partir de então dispensar aos rios a mesma espécie de afeição que dispensais a um irmão.

Nós sabemos que o homem branco não entende nosso modo de ser. Para ele um pedaço de terra não se distingue de outro qualquer, pois é um estranho que vem de noite e rouba da terra tudo de que precisa. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga; depois que a submete a si, que a conquista, ele vai embora, à procura de outro lugar. Deixa atrás de si a sepultura de seus pais e não se importa. A cova de seus pais é a herança de seus filhos, ele os esquece. Trata a sua mãe, a terra, e a seu irmão, o céu, como coisas a serem compradas ou roubadas, como se fossem peles de carneiro ou brilhantes contas sem valor.  Seu apetite vai exaurir a terra, deixando atrás de si só desertos.

Isso eu não compreendo. Nosso modo de ser é completamente diferente do vosso. A visão de vossas cidades faz doer aos olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e como tal nada possa compreender.

Nas cidades do homem branco não há um só lugar onde haja silêncio, paz. Um só lugar onde ouvir o farfalhar das folhas na primavera, o zunir das asas de um inseto. Talvez seja porque sou um selvagem e não possa compreender.

O barulho serve apenas para insultar os ouvidos. E que vida é essa onde o homem não pode
ouvir o pio solitário da coruja ou o coaxar das rãs à margem dos charcos à noite? O índio prefere o suave sussurrar do vento esfrolando a superfície das águas do lago, ou a fragrância da brisa, purificada pela chuva do meio-dia ou aromatizada pelo perfume das pinhas.

O ar é precioso para o homem vermelho, pois dele todos se alimentam.  Os animais, as árvores, o homem, todos respiram o mesmo ar.  O homem branco parece não se importar com o ar que respira. Como um cadáver em decomposição, ele é insensível ao mau cheiro. Mas se vos vendermos nossa terra, deveis vos lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar insufla seu espírito em todas as coisas que dele vivem. O ar que nossos avós inspiraram ao primeiro vagido foi o mesmo que lhes recebeu o último suspiro.

Se vendermos nossa terra a vós, deveis conservá-la à parte, como sagrada, como um lugar
onde mesmo um homem branco possa ir sorver a brisa aromatizada pelas flores dos bosques. Assim consideraremos vossa proposta de comprar nossa terra. Se nos decidirmos a aceitá-la, farei uma condição: o homem branco terá que tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.

Sou selvagem e não compreendo outro modo. Tenho visto milhares de búfalos a apodrecerem nas pradarias, deixados pelo homem branco que neles atira de um trem em movimento. Sou um selvagem e não compreendo como o fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante que o búfalo, que nós caçamos apenas para nos mantermos vivos.

Que será do homem sem os animais? Se todos os animais desaparecessem, o homem morreria de solidão espiritual. Porque tudo isso pode, cada vez mais, afetar os homens. Tudo está encaminhado.

Deveis ensinar a vossos filhos que o chão onde pisam simboliza as cinzas de nossos ancestrais. Para que eles respeitem a terra, ensinai a eles que ela é rica pela vida dos seres de todas as espécies. Ensinai a eles o que ensinamos aos nossos: que a terra é a nossa mãe. Quando o homem cospe sobre a terra, está cuspindo sobre si mesmo.

De uma coisa temos certeza: a terra não pertence ao homem branco; o homem branco é que pertence à terra. Disso temos certeza. Todas as coisas estão relacionadas como o sangue que une uma família. Tudo está associado. O que fere a terra fere também os filhos da terra. O homem não tece a teia da vida: é antes um de seus fios.  O que quer que faça a essa teia, faz a si próprio.

Mesmo o homem branco, a quem Deus acompanha, e com quem conversa como amigo, não pode fugir a esse destino comum.  Talvez, apesar de tudo, sejamos todos irmãos.  Nós o veremos.  De uma coisa sabemos – e que talvez o homem branco venha a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus.

Podeis pensar hoje que somente vós o possuís, como desejais possuir a terra, mas não podeis, Ele é o Deus do homem e sua compaixão é igual tanto para o homem branco, quanto para o homem vermelho. Esta terra é querida d'Ele, e ofender a terra é insultar o seu Criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo do que todas as outras tribos. Contaminai a vossa cama, e vos sufocarei numa noite no meio de vossos próprios excrementos. Mas no vosso parecer, brilhareis alto, iluminados pela força do Deus que vos trouxe a esta terra e por algum favor especial vos outorgou domínio sobre ela e sobre o homem vermelho.

Este destino é um mistério para nós, pois não compreendemos como será no dia em que o último búfalo for dizimado, os cavalos selvagens domesticados, os secretos recantos das florestas invadidos pelo odor do suor de muitos homens e a visão das brilhantes colinas bloqueada por fios falantes. Onde está o matagal? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. O fim do viver e o início do sobreviver".

sábado, 20 de outubro de 2012

A GESTANTE



                       A GESTANTE
           Autor: Edson Ribeiro da Silva
 (em 30.09.2008) (atualizado em 19/10/2012)
Tom: Bm              Intro.: (Bm  G  Em  F#7  Bm)
Bm                                                    A
Gestava um filho lindo que não era meu
       G                                             Bm                 Em
Curtia esse filhinho / mesmo sem ter um marido seu
     F#7                                              G
Vivia a ilusão de que tudo tinha sentido
          F#7                                      Bm
Era o filho que Jesus havia prometido

                   Bm                                               Em
Ser mãe solteira, como Maria, era o seu objetivo
                                  A7                                                   D
Mas um dos seus desejos era seu filho não virar um bandido
            Bm                     Em         A                            D
Pois assim teria todo o apoio do nosso Governo Federal
                             F#7                                             Bm
Pra dar o que comer, beber, creche, escola e hospital

            Bm                                                                  G
Bolsa escola, bolsa família, auxílio creche e coisa e tal
                            Em                                         F#7             Bm
Assim é o que o povo sem cultura pensa, com toda essa crença
                                                  A                 Bm                        G
Segue vivendo suas vidas aos trancos e barrancos com indiferença
                            Em                                      F#7                        Bm
Licença maternidade, que é um direito adquirido por toda essa gente

Bm                                             A                         Bm
Se o pai da criança é um estrangeiro ou um brasileiro
                                G                               Em
Não importa, tanto faz, nacional ou forasteiro
                     F#7                                        Bm
O desejo maior é seu filho não ser confundido
                       G                                       F#7                          Bm
Com um terrorista para ser morto, metralhado como um bandido.

sábado, 13 de outubro de 2012

POR VOCÊ


                             POR VOCÊ
  Autores: Edson Ribeiro da Silva / Márcia Vieira
                           (29.09.2012)

Por você eu faria tudo / só para ver você sorrindo
Eu comandaria uma banda de música “Santamarense”
Uma fanfarra / uma retreta / uma trupe de artistas
Eu faria o papel de um palhaço / grande artista circense

Um bobo da corte eu até poderia ser
Só para obter de você um largo sorriso
Eu poderia aprender a falar com as mãos
Ao meu alcance eu faria tudo que pudesse fazer

A fim de conservar o seu humor inusitado
A fim de ver você sorrindo / se divertindo
Não quero ver você assim tão entufada
Mas sei que por isso vou ter que penar um bocado

O PICA-PAU NA UMBAUBA


                                   O PICA- PAU NA UMBAUBA
                      Autores: Edson Ribeiro da Silva / Márcia Vieira
                                                (29.09.2012)

Olha o pica-pau pousado na umbaúba sêca! / e eu até fotografei a cena inusitada
Ele parece que gosta do som que a sua bicada produz no caule daquela planta
Eu nunca tinha visto um pica-pau de verdade / só conhecia o do desenho animado
Um dia eu ouvi  um som característico daquele pássaro que me deixou maravilhado

Que-que-re-que / que-que-re-que / que-que-re-que
To-go-ro-go-do / to-go-ro-go-do /to-go-ro-go-do
Que-que-re-que / que-que-re-que / que-que-re-que
To-go-ro-go-do / to-go-ro-go-do /to-go-ro-go-do

Quando botei a cara na janela do meu quarto, "meu caro!"
Eu vi um belo pica-pau solitário bicando o tronco da umbaúba sêca
Isto porque o seu tronco é oco e provoca um som claro
De um instrumento musical sendo tocado por aquele pássaro

Foi lindo ver um pica-pau ao vivo pela primeira vez
E ele me acordou e me encheu mais ainda de amor
E ele quase todos os dias vem visitar a umbaúba sêca
E me proporcionar momentos de felicidade e satisfação

Que-que-re-que / que-que-re-que / que-que-re-que
To-go-ro-go-do / to-go-ro-go-do /to-go-ro-go-do
Que-que-re-que / que-que-re-que / que-que-re-que
To-go-ro-go-do / to-go-ro-go-do /to-go-ro-go-do

OS OLHOS


                                 OS OLHOS
      Autores: Edson Ribeiro da Silva / Márcia Vieira
                                (29.09.2012)

Os olhos são as janelas da alma / são os nossos guias
Nos nossos momentos de satisfação eles brilham
Nos nossos momentos de desilusões eles lacrimejam
Eles até crescem quando os avarentos a tudo almejam

São sete as cores fundamentais / são sete as notas musicais
A beleza das cores dos olhos e a maravilha dos sons
Para colorir nossas vidas e nos encher de amor
Nos livrando dos maus olhados e do dissabor

Olhos azul-claros denotam bom caráter / estável
Olhos azul-escuros denotam grande vitalidade
Olhos cinza-claros / pessoa reservada / agradável
Olhos cinza-escuros / pessoa hábil para todas as coisas

E quando a cabeça domina o coração
A pessoa é muito viva / decidida / resolvida
Olhos marrom-claros vê tudo com malícia
Olhos marrom-escuros são sinceros / austeros

Olhos verdes / bom caráter / otimismo / realismo
Olhos negros / sentimentos amorosos profundos
E para aqueles que estão tão sozinhos neste mundo
Não se sentirem sozinhos porque tem os olhos fundos