A MULHER DE PRETO
(20.05.2005)
Era uma mulher casada, decente, bem arrumada
Lar, filhos, família, dona de casa, vida fugidia
Quando o marido morreu ela vestiu-se de preto
Como era de costume, naquela época, no dia a dia
Tentava manter os votos de castidade
Porque a Igreja assim o determinava:
Viúva tem de se vestir de preto, enlutar
Não pensar mais em sexo, esquecer o mundo, se trancar
Tentava manter a castidade, oh! Que maldade
Praticar abstinência total dos prazeres sensuais
Mas não conseguia, não havia mais cinto de castidade?
Dava pra todo mundo, vestida de preto
O marido era perfeito, mas não fazia aquilo direito
O vestido preto, único, já parecia marrom
Mas não tirava o vestido preto nem para dar
O tecido da roupa já parecia um papel crepom
A viúva vestiu-se de preto mais era vaidosa
Já andava sem a calcinha preta pra facilitar
Só fazia levantar o vestido mesmo para dar
Morreu vestida de preto, como era de costume, para variar.
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