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sábado, 15 de dezembro de 2012

O CAPOEIRA



             O CAPOEIRA
        Autor: Edson Ribeiro da Silva
                         (01.03.2004)

Esta é a história do famoso Antônio Diabo
Homem danado de valente, não tinha medo de nada
Era um bamba , cabra macho, nada o assustava
Quando chegava no pedaço a todos intimidava

Era um bom capoeirista e gostava de quebrar no pau
Sabia gingar, saltar, dar rasteira, cabeçada, rabo de arraia
Dar pernada,  a esquiva, o gingado,  eram as suas especialidades
Resolvia a parada na pernada na maior comodidade

Era temido e respeitado na “zona” ou em qualquer outro lugar
Cansou de meter bola de bilhar em testa de muita gente
Batia o pé, falava forte, todos corriam, batiam em retirada
Na sua chegada todos logo tremiam, embolavam a fala por nada

Pedia uma cachaça e alguém no local teria de pagar
Se não aparecesse alguém pra pagar o couro ia comer
Alguém teria de sofrer , apanhar por não querer obedecer
Pelo menos uma boa cabeçada alguém teria de receber

Mas um dia a idade chegou e o pegou no contra pé
O peso da idade falou mais alto, vocês sabem como é que é
Armaram pra ele uma grande patota com uns cinco ou seis
Pegaram o cara no estreito e fizeram a sua valentia acabar de vez

Bateram tanto no rapaz que até um olho ele perdeu
Foi parar no hospital e não sei como ele não morreu 
Mas também precisou de uns cinco ou seis pra quebrar ele
Pegando-o no contra pé e com a idade passando dos quarenta e seis

Depois que ele voltou do hospital todo quebrado,todo consertado
Sem um olho e reconhecendo que a idade chegou pra valer
Ele se amofinou depois que acabaram com toda a sua valentia
Ficou desconfiado, amigo de todo mundo, até o fim dos seus dias

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